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segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

ENTRETENIMENTO Em busca de reinvenção, palhaços encontram novas oportunidades e público











Palhaço Jerônimo (Thiago Sales, esq.) e Palhaço Tachinha (Márcio Parma), de Campinas (SP), encenam o espetáculo "Caramba, Quanta Bobagem!", que faz parte do circuito Sesc-SP, com entrada grátis Márcio Padrão do BOL, em São Paulo 

Fazer rir sempre foi a missão do palhaço. Ainda que muitas vezes encontrem dificuldades - pouco estímulo do poder público, a concorrência com outros tipos de entretenimento e a desvalorização do ofício em si -, os profissionais do riso se mostram otimistas e vêm se reinventando com criatividade, mas sem perder a referência em suas origens. O palhaço à moda antiga, que ganhou uma bela homenagem no filme "O Palhaço", estrelado e dirigido por Selton Mello em 2011, ainda vive por aí, nos circos espalhados pelo país, mas há a vertente que deixou a lona para experimentar outras oportunidades, como as ruas da metrópole e eventos particulares. Para marcar o Dia do Palhaço nesta segunda-feira (10), a reportagem do BOL conversou com três palhaços de perfis diferentes: Hudson Rocha, da companhia Circo dos Sonhos, com sede na capital paulista; Thiago Sales, do Circo Caramba, de Campinas (SP); e Alexandre Jungermann, palhaço independente, que também atua na cidade de São Paulo. Parcerias Com o Circo dos Sonhos, Hudson Rocha - ou melhor, o Palhaço Kuxixo - obteve parceria com a Mauricio de Sousa Produções e produz o espetáculo "Turma da Mônica no Mundo do Circo", com três caravanas percorrendo o país. Também se aliou ao SBT e à emissora mexicana Televisa para realizar "Chaves Animado", além de alugar o espaço da sede - localizada ao lado do viaduto Pompeia, em São Paulo - para aulas de circo. Aos 40 anos e envolvido no meio desde os três, Kuxixo faz parte de uma família que já está na quinta geração de palhaços. Ele fez parte da preparação de atores do filme "O Palhaço" e é da vertente "tony de soirée", cujos profissionais simulam erros graciosos e são conhecedores da maioria dos truques e modalidades de circo. "Se der algum erro no picadeiro, o palhaço é o salva-vidas e tem que distrair a plateia. Tenho muita sorte de ter nascido com esse dom", define Rocha. Inspiração na lona de circo Com 32 anos de idade e 10 de palhaçadas, Thiago Sales, de Campinas (SP), não traz o DNA circense no sangue, pois só teve contato com esse mundo quando cursou a graduação de Educação Física na Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), mas a paixão pela profissão de palhaço foi imediata. Inspirado e orientado por mestres do circo, ele montou uma dupla com o amigo Márcio Parma, também palhaço, chamada Circo Caramba. Juntos, os dois criaram o espetáculo “Caramba, Quanta Bobagem!”, com direção de Esio Magalhães, apresentado no circuito SESC-SP, em festivais circenses e teatrais, hotéis e outros locais fechados. "Algumas décadas atrás a lona do circo era o único local, mas hoje existem grupos trabalhando em muitos segmentos. Essa foi a maneira que achei de fazer meu trabalho circular", diz Thiago Sales, o Palhaço Jerônimo, que, ao lado do Palhaço Tachinha (Márcio Parma), arranca gargalhadas de crianças e adultos com o espetáculo que encena o encontro de um artista de rua com um profissional circense que se apresentava sozinho. Em 2012, a dupla fez cerca de 90 apresentações do espetáculo, e Sales ainda dá aulas de artes circenses. Sobre a situação de sua classe no país, o profissional acha que o Estado precisa ampliar o estímulo. "As políticas públicas atuais, como as leis de incentivo, contribuíram de alguma maneira para melhorar, mas acredito que tem muita coisa pra ser feita. Não é só com o palhaço, a gente sabe que muitas profissões não são devidamente valorizadas", destacou Sales

Palhaço 'corporativo' Publicitário de formação, Alexandre Jungermann entrou nesse mundo em meados de 1999 ensaiando no Galpão do Circo, no bairro paulistano da Vila Madalena, e hoje divide-se entre a profissão e o hobby, fazendo intervenções em áreas movimentadas da capital, como o Anhangabaú e a rua Oscar Freire, e testando as reações do publico à sua figura cômica. "Estou trabalhando com humor corporativo e me interessa levar o palhaço para esse tipo de ambiente", teoriza Jungermann, o Palhaço Benjamin, que aponta como maior problema para os palhaços de hoje a má fama que foi acumulada pelo senso comum, como o nariz de palhaço em protestos políticos. "É estranho considerar o palhaço nesse contexto, pois na verdade ele sempre foi uma figura provocativa. Os bobos da corte, por exemplo, usavam o humor para expor críticas sociais", analisa. Para o Dia do Palhaço, porém, o momento para esses senhores é tanto de festejar quanto de revisitar os prós e contras desse mundo. Mas, ainda que ralem para manter a atividade viva, uma coisa imutável é receber o carinho popular. "Há tanta violência e abandono no mundo, então fazer rir é muito difícil. Mas costumo dizer que o circo é um milagre inexplicável, pois, apesar das transformações do mundo moderno, é o único lugar onde toda a família se reúne, ou que uma criança de rua chega triste e consegue sorrir", resume Hudson Rocha. 


SERVIÇO Palhaço Kuxixo (Hudson Rocha) Endereço: Av. Nicolas Boer, 120, ao lado do viaduto Pompeia, São Paulo, SP


 Telefone: (11) 2076-0087 / 2076-0001 Site: www.circodossonhos.com Palhaço Jerônimo (Thiago Sales) Circo Caramba Telefone: (19) 9152-9629 / 8848-8867 Site: www.circocaramba.com.br E-mail: contato@circocaramba.com.br Palhaço Benjamin (Alexandre Jungermann) E-mail: alexandre@jungermann.com.br



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