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sábado, 1 de dezembro de 2012

Saúde CUIDADOS HIV positivo não é sentença de morte


Cuidados com o corpo, alimentação e bem-estar ajudam no tratamento da doença

Há quatro anos, Caiocesar Almeida recebeu o documento que muitos entenderiam como uma sentença de morte. Seria verdade se isso não passasse de um estereótipo criado pela sociedade quando alguém é diagnosticado com HIV positivo. Caiocesar, hoje com 26 anos, convive bem com a infecção. Ele adquiriu o vírus de forma traumática e, infelizmente, comum entre outras pessoas soropositivas. O transmissor foi um antigo companheiro com quem ele chegou a dividir um lar. O relacionamento acabou e somente dois meses depois Caiocesar soube que estava infectado, a partir de um exame de sangue.
Hoje, 1º de dezembro, é o Dia Mundial de Luta contra a Aids. Desde 1983, quando surgiu o primeiro caso de HIV no Estado, foram diagnosticados 17.459 casos, de acordo Secretaria Estadual de Saúde (SES). Desses, 11.219 foram em homens, 5.736 em mulheres e 504 em pessoas menores de 13 anos. Só em 2012 (até 17 de junho), foram diagnosticados 383 novos casos (cinco em menores de 13 anos, 227 em homens e 151 em mulheres). O Ministério da Saúde identificou que cerca de 530 mil brasileiros estão infectados pelo vírus do HIV. Cada vez mais a epidemia no País tende a estabilização, mas numa quantidade alta de pessoas doentes. No Brasil, são 35 mil novos ca­sos a cada ano e em Pernambuco o número chega a 1,2 mil.
A primeira situação preconceituosa vivenciada por Caiocesar aconteceu no ambiente domiciliar. Os parentes separavam pratos, talheres, toalhas porque acreditavam que compartilhando esses objetos seriam contaminadas. Pura falta de informação. “No começo é muito difícil. Quanto menor a informação, mais complicado. Por isso, resolvi pesquisar maneiras para conseguir continuar vivendo”. Aos poucos, Caiocesar soube que não precisava se isolar, que não existia necessidade de sofrer por conta do vírus positivo. “Quando se é jovem, é ainda mais complicado entender a doença. A raiva e a angústia podem tomar conta de você”, comentou Caiocesar. “Vi que posso ter uma vida normal e eu quero passar isso para outras pessoas. Me sinto muito mais vivo agora, apesar de ter HIV”.
Hoje, ele faz musculação, se preocupa com uma alimentação saudável e sabe que não pode levar uma vida com excessos. “Mas qualquer pessoa deveria se cuidar, independente do HIV. Sendo que, com o vírus, estamos mais sensíveis a qualquer outra doença que podem baixar ainda mais nossa imunidade”, revela Caiocesar. Por meio da internet, ele conseguiu ter mais informações sobre a doença e descobriu que existia a Rede Nacional de Adolescentes e Jovens Vivendo com HIV-Aids.
“Resolvi fazer uma mobilização nessa mesma linha, sendo que voltada pa­ra o Nordeste”. Hoje, Caiocesar é o coordenador da Rede Nacional de Adolescentes e Jovens Vivendo com HIV-Aids do Nordeste. Os encontros são marcados uma vez por mês e podem acontecer tanto na Organização Não Governamental Gestos como também no Grupo de Trabalhos em Prevenção Positivo (GTP+), am­bas no Recife. Para mais informações, entrar em contato pelo e-mail caiocesarjampa@gmail.com ou pelo blog www.jovemmaisnordeste.blogspot.com.br.
Caiocesar acredita que ainda faltam políticas públicas voltadas para o público jovem que vive com HIV-Aids em Pernambuco. “A gente vê muita campanha de testagem rápida, campanha de prevenção dentro das escolas, mas e aquelas pessoas que já estão convivendo o vírus?”, questionou. Ele acredita que o Estado poderia se mobilizar para propagar a informação de que é, sim, possível viver feliz com a infecção.





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