Paulo Emílio, Pernambuco 247 - O ex-ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho, bem que tentou ser o indicado pelo governador de Pernambuco, Eduardo Campos, para encabeçar a chapa do PSB ao Governo do Estado. Sem obter sucesso em suas tentativas, acabou por aceitar disputar a vaga para o Senado. A situação, porém está longe de parecer uma perda de prestígio e coloca FBC como um dos principais atores para ajudar o secretário da Fazenda, Paulo Câmara, na corrida rumo ao Palácio do Campo das Princesas. Câmara foi o escolhido por Campos para disputar o Governo do Estado após uma longa fase de discussões junto aos partidos da Frente Popular, que integram a base do governo.
Bezerra terá pela frente a missão de carregar o andor para a eleição do até agora quase desconhecido Paulo Câmara em todos os cantos do Estado, enfrentando um adversário de peso: o senador Armando Monteiro Neto (PTB). Armando vem se posicionando como candidato e já conseguiu trazer o PT para o seu palanque. A preferência pelo apoio ao petebista já foi anunciada pelos principais nomes do partido, entre eles o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a presidente Dilma Rousseff e o presidente nacional do PT, Rui Falcão. Mais do que uma candidatura própria, o objetivo maior é assegurar um palanque forte em torno da reeleição de Dilma e derrotar Campos, que deverá enfrentar a petista nas eleições presidenciais, em sua própria casa.
Apesar de Armando ter sido o campeão de votos nas últimas eleições para o Senado em todos os municípios da Região Metropolitana do Recife (RMR), Campos tem assegurado o apoio de praticamente todos os prefeitos da (RMR), o que garante uma boa margem de manobra em favor de Paulo Câmara. O problema maior, porém, está no interior do Estado. Ali, é onde Campos registra um baixo índice de penetração, apesar de seu governo, como um todo, ser aprovado por mais de 80% dos pernambucanos. E é justamente nestas áreas onde Armando vem ganhando espaço político, o que torna o interior um ponto nevrálgico na disputa estadual. E é justamente aí que Fernando Bezerra entra como a carta coringa de Eduardo Campos.
Como Campos não estará presente em todos os momento da disputa pernambucana em função de ter que se dedicar a percorrer o País por conta de sua postulação rumo ao Planalto, caberá a FBC a missão de carregar o andor para eleger Paulo Câmara ao mesmo tempo em que tenta assegurar a sua eleição para a Casa Alta. Com uma boa penetração nas cidades do Agreste e Sertão, até em função da sua atuação à frente do Ministério da Integração Nacional, Bezerra deverá fazer valer a sua força trazendo as bases que se encontram afastadas do PSB para o palanque do candidato indicado pelo governador.
Desde que deixou o ministério, Fernando percorreu todas as regiões do Estado tentando viabilizar ser o ungido pelo governador para encabeçar a chapa socialista, o que lhe garante o apoio de muitos dos prefeitos e cabos eleitorais que estavam afastados do PSB. Outro ponto a favor de FBC, é que sua principal base eleitoral está em Petrolina, no Sertão do Estado.
Ali, além de ser o homem forte da política sertaneja, ele também fará campanha pela reeleição do filho, o deputado federal pelo PSB, Fernando Bezerra Filho. Fernandinho, como é mais conhecido, também deverá assumir parte da tarefa de carregar o andor de Paulo Câmara na região onde Campos registra os mais baixos índices de aprovação e não estará tão presente como seria necessário por conta do seu projeto nacional.
Diante de um cenário em que terá que defender a sua própria candidatura e ajudar a manter o Executivo estadual sob o controle do PSB enfrentando o senador petebista Armando Monteiro Neto, e o aliado PT, Fernando terá que se desdobrar para cumprir a tarefa que lhe foi confiada. Se ele vai conseguir ou não, é algo que somente será conhecido em outubro, quando o último voto for apurado.
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