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quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Polícia » Polícia encontra 13 ossadas na Paróquia Nossa Senhora da Penha

Instituto de Criminalística apreendeu material para investigação, na manhã desta quarta-feira (26).

Raphael Guerra - Diario de Pernambuco

Publicação: 26/02/2014 14:19 


O Instituto de Criminalística de Pernambuco realizou uma operação na manhã desta quarta-feira (26) para apreender ossadas armazenadas no interior da Paróquia de Nossa Senhora da Penha, no bairro de São José, área central do Recife. Nove urnas e quatro sacolas com ossos humanos foram encontrados e encaminhados para análise do Instituto de Medicina Legal (IML). 

A investigação da Polícia Civil faz parte da chamada Máfia do Cemitério, como ficou conhecida a ação que apura denúncias de irregularidades no aluguel de túmulos no Cemitério de Santo Amaro, envolvendo membros das irmandades católicas. 

A operação realizada nesta quarta-feira aconteceu dois dias após a Arquidiocese de Olinda e Recife anunciar o decreto de dom Fernando Saburido com o objetivo de frear as irregularidades na venda e aluguel de túmulos e jazigos no cemitério e também nas igrejas e paróquias. 

Foi decretada a proibição de qualquer tipo de comercialização ou construção de novas vagas para sepultamento em espaços pertencentes às irmandades católicas, confrarias, associações ligadas à Arquidiocese. O caso está sendo denunciado com exclusividade pelo Diario de Pernambuco desde outubro de 2013.

No mês passado, uma operação já havia retirado 12 ossadas escondidas na Igreja Madre de Deus, no Bairro do Recife. Já em dezembro do ano passado, equipes do Instituto de Criminalística apreenderam ossos humanos, inclusive ainda com tecidos, na Igreja de Santa Cruz, na Boa Vista. 

No início do mês, a Justiça acatou denúncia do Ministério Público contra um frade, quatro membros de irmandades e três funcionários de funerárias, que rsponderão por estelionato e formação de quadrilha. Entre os réus está o pároco da Paróquia Nossa Senhora da Penha, Luís de França. 

O promotor Carlos Eduardo Seabra apontou que os envolvidos “superfaturam túmulos e retiram para si comissões”. Pessoas chegavam a pagar até R$ 1 mil. Por conta disso, a Cúria Metropolitana assumiu a responsabilidade pelas vagas no Cemitério de Santo Amaro, fixando o valor do aluguel a R$ 200. 

Na decisão, o juiz Ivon Vieira Lopes, da 4ª Vara Criminal da Capital, concluiu que a “comercialização de sepulturas é fato corriqueiro”. Outras pessoas ainda podem ser denunciadas.
 
Cronologia do Caso

31 de outubro de 2013
Diario denuncia com exclusividade suposto esquema de venda e aluguel ilegal de túmulos no Cemitério de Santo Amaro

1º de novembro de 2013
Arcebispo de Olinda e Recife, dom Fernando Saburido, decreta intervenção das 34 irmandades católicas que possuem túmulos em Santo Amaro

5 de novembro de 2013
Comissão criada pela Arquidiocese decide que os túmulos das irmandades serão alugados por boleto bancário, com valor fixo, e emitido pela Cúria Metropolitana

6 de novembro de 2013
Comissão fixa valor de R$ 200 para aluguel de túmulos, válido por dois anos. Para renovação, o valor é R$ 100. Objetivo é evitar negociações por até R$ 800

19 de novembro de 2013
Comissão contrata uma empresa de auditoria para investigar e emitar laudo sobre as 34 irmandades que estão sob intervenção

20 de novembro de 2013
O advogado Zolmanaro Calixto decide entrar na Justiça para conseguir os ossos da avó que estavam enterrados no Cemitério de Santo Amaro e desapareceram

10 de dezembro de 2013
Policiais da Delegacia da Boa Vista vão à Igreja de Santa Cruz apurar denúncias de ossos humanos escondidos no interior do templo

30 de dezembro de 2013
Polícia prende o primeiro acusado de envolvimento na máfia, Fernando Alves da Silva, 63 anos. Ele estava escondido no Cemitério de Santo Amaro

8 de janeiro de 2014
Instituto de Criminalística encontra 12 sacolas e caixas lacradas contendo ossos humanos dentro de uma das salas da Igreja da Madre de Deus, no Bairro do Recife

5 de fevereiro de 2014
Justiça acata denúncia do Ministério Público de Pernambuco contra oito pessoas acusadas de envolvimento no aluguel ilegal dos túmulos

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