Pesquisa do Instituto Maurício de Nassau aponta que 82% dos foliões da capital
preferem a rua para celebrar a folia
Publicado em 15/02/2014, às 18h30
Carnaval de rua é a aposta do folião pernambucano
Ricardo B. Labastier/JC Imagem
Nada de cordão de isolamento, abadá, ingresso, clube, camarote. A vocação do folião recifense é para o Carnaval de rua, de graça, embalado por sua majestade, o frevo. Pesquisa do Instituto Maurício de Nassau sobre a expectativa do morador da capital em relação aos quatro dias de Momo confirma como o melhor palco da festa a dobradinha ladeiras de Olinda + ruas do Recife – combinação que está no DNA do Carnaval pernambucano. Quase 82% dos entrevistados afirmaram ser a rua o lugar ideal para se brincar a festa mais popular do País. O frevo impera absoluto na preferência de 55,3% dos foliões. E, para a farra ficar completa, a principal reivindicação é velha conhecida das autoridades. Para quase 53% das pessoas ouvidas, o que poderia tornar o Carnaval de Olinda e Recife ainda melhor é o investimento em mais segurança.
Para não deixar dúvidas, 78,1% dos entrevistados afirmaram preferir brincar em blocos que não cobram nada para o folião participar da festa. Apesar da preferência, 57,4% do universo consultado afirmaram concordar “plenamente ou parcialmente” com a afirmação de que o Carnaval de Recife e Olinda está se tornando parecido com o de Salvador, considerando a grande quantidade de blocos que cobram pela participação do folião. Defensora e entusiasta do Carnaval “multicultural” de Pernambuco, a estudante Débora Sena, 22 anos, só quer saber de brincar na rua, no mais autêntico ruge-ruge do frevo. “O que faz o volume do Carnaval pernambucano é a pipoca. Aqui não combina com Salvador. A tradição da festa aberta para todos fala mais alto”, diz a jovem, que, na última quinta-feira, perambulava pelas lojas do Centro da capital garimpando adereços para sua fantasia.
Este ano, a estudante vai vivenciar, pela primeira vez, a experiência de seguir o maior bloco de rua do mundo. Não vai faltar companhia. No levantamento feito pelo Instituto Maurício de Nassau, 88,3% afirmaram que pretendem desfilar no Galo da Madrugada. É, de longe, o bloco carnavalesco preferido dos foliões ouvidos na pesquisa, realizada este mês, com 624 entrevistados.
Um dado interessante é que a grande maioria dos que vão cair na folia pretende usar o transporte público e o serviço de táxi para chegar aos focos da festa. Essas duas opções de deslocamento foram apontadas por nada menos que 72% das pessoas ouvidas. Apenas 9,6% afirmaram que vão tirar o carro da garagem para brincar o Carnaval. E somente 2% disseram que pretendem ir a pé para os locais da folia.
Apesar do clima de euforia que comanda a festa, o levantamento constatou que, na opinião dos recifenses consultados, o principal resultado do Carnaval para as cidades de Olinda e Recife não é nem um pouco positivo. Quase 36% afirmaram que o maior legado da folia é a violência. O crescimento econômico vem bem atrás, em segundo lugar, citado por 11,5% dos entrevistados, e, em terceiro, o turismo, apontado por 7,9% das pessoas ouvidas.
Diante da polêmica em torno das regras impostas este ano pela Prefeitura do Recife em relação às prévias de rua, os entrevistados sinalizaram apoio aos eventos, mas também uma certa restrição. Apesar de 17,2% considerarem boas as festas de rua que antecedem o Carnaval, 16,6% avaliam que elas podem gerar mais violência.
Nenhum comentário:
Postar um comentário