O ex-prefeito João da Costa (PT) parece ter colocado um fim nas suas “férias pós-gestão”. O gestor reuniu, na noite da última quarta-feira (17), cerca de 100 lideranças petistas para uma espécie de pontapé inicial na organização, de forma mais efetiva, do seu grupo dentro do partido. No encontro, ocorrido no Círculo Militar, na Avenida Agamenon Magalhães, o ex-gestor teria assegurado que seguirá filiado à legenda e destacado a necessidade de uma reformulação na estrutura do partido. Algo que poderia ocorrer com uma vitória desse bloco no Processo de Eleição Direta (PED), marcado para novembro deste ano.
Segundo informações de bastidores, João da Costa ainda teria demonstrado disposição para encarar uma verdadeira “guerra” contra o grupo que atualmente reúne o deputado federal João Paulo, seu grande desafeto, e o senador Humberto Costa. O segundo, inclusive, saiu da eleição do Recife, no ano passado, acusando o ex-prefeito de ter trabalhado contra a sua postulação, ajudando, assim, o então candidato socialista, Geraldo Julio, a vencer o pleito. A fala teria sido bastante aplaudida pelos presentes.
No entanto, procurado pelo Blog da Folha, o ex-prefeito rechaçou o caráter atribuído ao encontro que comandou. “Não teve isso. Foi um momento de aproximação, de discutir o partido. O PT vive um outro momento, de muito mais paz”, assegurou João da Costa, frisando que trabalha para que o partido encontre um caminho de unidade no Estado.
O ex-gestor disse ainda que o evento realizado ontem foi uma reunião de um grupo que quer organizar a forma como o PT realmente funciona. “Tinha gente que não se encontrava desde o ano passado. Gente que faz questão de participar de uma discussão participativa, que gostou da postura que adotamos nas prévias, é gente que tem entusiasmo em debater o PT e como o partido deve responder ao atual momento”, ressaltou.
João da Costa também destacou que o movimento iniciado com a reunião da última quarta-feira é um indicativo de que os seus correligionários não se aproximaram dele apenas pela força do cargo que ele ocupou até o final do ano passado. O ex-prefeito disse que as ideias defendidas por ele e seu grupo funcionam como o grande ponto de convergência nesse caso. “Eu não tinha portaria para assinar, cargo para entregar e o pessoal está lá, discutindo o partido”, arrematou.
Apesar de assegurar que não pensa em disputar o comando do partido, João da Costa tem o seu nome ventilado a todo momento, em reuniões do seu grupo, para o PED. A maior parte desse bloco, inclusive, não possui ligação com as tendências existentes na legenda, na espera de que o próprio Costa crie um grupo formal próprio.
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